Por vezes, os jogadores compulsivos, tomam medidas para tentar “esconder” a situação em que estão. Recorrem a soluções que, naquele momento podem aliviar um pouco, mas que em nada resultam. Foi o que aconteceu diversas vezes comigo.
Esta semana, estive mais ausente da escrita, porque aproveitei para fazer algumas coisas que me têm dado prazer, desde que as iniciei. Uma delas foi ler. Acabei de ler o “Pai Rico, Pai Pobre” de Robert Kiyosaki, livro que fala sobre gestão de finanças pessoais, que comprei no início do ano passado e que não acabei. Comecei a minha leitura do livro “A Montanha És Tu” da Brianna Wiest, livro de desenvolvimento pessoal, que fala sobre autossabotagem e que tenho a certeza que é um livro útil para todos.
Pela primeira vez, participei num torneio de padel. Comecei a jogar padel mais regularmente há cerca de um mês e meio. Sempre joguei ténis e dizia antigamente que não ia gostar de jogar padel, porque jogasse em duplas, etc. Realmente, estou cada vez mais a gostar do desporto. O antigo André, o André de há 3 ou 4 meses, jamais entraria no torneio. Ia arranjar mil e uma desculpas para não ir.
De facto, esta mudança, este processo que tenho estado a fazer, tem feito de mim uma pessoa mais liberta e mais disponível, sem grandes receios e a pensar essencialmente no meu bem-estar.
Quero falar de um assunto, ainda da altura em que jogava jogos de casino online, que tem muito que ver com o sentimento que temos, quando estamos numa situação de aperto, devido à perca de liberdade financeira.
Muitas vezes, quando jogava, logo no início do mês, ficava sem dinheiro, ou com o suficiente para me aguentar mais uns dias. Então, para tentar remediar a situação, e uma vez que não podia pedir a ninguém, começava a pôr à venda, bens materiais que eu tinha. Vendi a minha máquina fotográfica, vendi a minha PS5, vendi o meu portátil, vendi a minha bicicleta de spinning, só para ficar desafogado. E vendi isso tudo, a preços obviamente muito mais baixos do que quando os comprei. No entanto, não resolvia a questão. Só adiava o problema, porque muitas dessas vendas que fiz, voltei a usar o dinheiro para jogar.
É importante perceber que a mente de um jogador compulsivo, não é a mente de uma pessoa normal. Eu, tentava ao máximo fazer com que ninguém percebesse o que se estava a passar. Acumulava todos os pensamentos e sentimentos negativos para mim.
Hoje, olho para trás e vi que fiquei sem esses bens materiais, alguns que me fazem falta, outros eram simplesmente para lazer e vejo que nada disso valeu a pena. Fiquei sem os materiais e sem o dinheiro.
Eu optava por vender as minhas coisas, mas sei perfeitamente que existem casos extremos, como pessoas que optam por roubar, por pedir empréstimos, situações extremas que depois levam a consequências extremas por vezes.
É só mais um exemplo sobre o impacto que o vicio em jogos de casino online tem na nossa vida, e por isso:
Digam não ao jogo. Digam sim a uma vida normal.
(Se algum de vocês está a passar por uma fase complicada relacionada com este tema e precisar desabafar, podem entrar em contato comigo. Ninguém está sozinho.).