O tema da saúde mental é um tema cada vez mais discutido. Hoje, escrevo-vos em luto, pelo desaparecimento de uma pessoa que perdeu a vida, por não conseguir lidar com situações de saúde mental.
Ontem tive um ataque de ansiedade, em pleno trabalho. Uma situação desconfortável para mim. Senti-me vulnerável, não queria que ninguém reparasse. O meu trabalho é ao ar livre, então utilizei esses espaços para me tentar acalmar, mas não estava a resultar. Insisti, respirei fundo, esvaziei a minha mente, desabafei com uma pessoa e isso ajudou-me a ficar um pouco mais sereno.
Saí do trabalho e fui fazer uma caminhada, que não estava prevista, para desanuviar. A terapia ajuda, mas eu ainda não tenho todas as ferramentas necessárias para controlar certos impulsos ou situações. Sei perfeitamente que vou ter dias assim e à medida que vou adquirindo ferramentas que me ajudam a controlar as emoções, vou ter menos dias assim.
Escrevo este texto, em memória de uma pessoa que fez parte da minha infância. Ontem tive a infeliz noticia que ela se tinha suicidado. Era uma pessoa que creio que era depressiva, que sofria de ansiedade, entre outros problemas. Guardo memórias da Isabel, apesar de não nos vermos com muita frequência. Era uma de duas pessoas que sempre me tratou por Leonardo. É um exemplo simples, mas que guardei a minha vida toda.
Um dos meus objetivos, com este site, é sensibilizar e consciencializar para o problema da saúde mental. Volto a referir, não sou, nem pretendo ser psicólogo ou psiquiatra, apenas conto a minha história. E a minha história é bastante rica em situações que levam a este tipo de alterações comportamentais.
Hoje, acordei às 6h30, não consegui voltar a adormecer. Pensei para mim, vou ver o nascer do sol. Vesti-me e dirigi-me de carro ao Porto dos Frades, que é o locar perfeito para o efeito. Só que não me lembrei que o nascer do sol era só às 7h49. Mudei de planos, porque entrava no serviço às 8h30. Então, voltei a trocar de roupa e fui fazer uma caminhada, mais curta, para que fizesse algo de produtivo durante esse tempo morto.
Engraçado que enquanto faço as minhas caminhadas, seja a ouvir música ou audiobooks, muitas vezes estou a pensar nos temas a abordar nos próximos textos. A caminhada ajuda-me a exercitar, a serenar, a pensar e a planear. É incrível como a nossa mente, quando focada, leva-nos a fazer coisas que nunca pensamos fazer.
Neste momento, em que escrevo este texto, encontro-me bem. A medicação tem ajudado, na maioria das vezes, a controlar as minhas emoções, a manter-me animado e com pensamentos alegres. Não me tem transportado para sítios “escuros”. Também é mérito meu, porque tenho mantido um estilo de vida ativo e pouco tempo tenho para divergir para esses pensamentos.
Voltando um pouco atrás, infelizmente, todos os dias morrem pessoas, por chegarem ao seu limite. A saúde mental é de extrema importância e embora já se discuta mais sobre o tema, há muitas variáveis que levam a alterações comportamentais que não são discutidas, como é o caso da adição aos jogos online.
Ontem perdi uma pessoa, que fez parte da minha vida, onde tudo era inocente, tudo era leve. Amanhã podes ser tu a perder alguém. Por isso, apelo a que me ajudem a difundir a mensagem. Não custa nada partilhar, em menos de 30 segundos está feito. Ajudem a chegar ao máximo de pessoas possíveis, por favor.
Digam não ao jogo. Digam sim a uma vida normal.
(Se algum de vocês está a passar por uma fase complicada relacionada com este tema e precisar desabafar, podem entrar em contato comigo. Ninguém está sozinho.).