Pequenos marcos merecem ser celebrados. É desta maneira que eu vejo as coisas. São 7 meses de constante aprendizagem, de resiliência, de perseverança e de ser eu a tomar o controlo daquilo que é a minha vida.
Não vou mentir, durante estes 7 meses, tive dias muito bons, momentos que nunca me vou esquecer, mas também tive dias maus. Os dias maus sempre vão existir, mas hoje, sinto-me capaz de ultrapassar esses dias maus, sem recorrer a velhos hábitos que condicionavam a minha vida. Hoje, tenho ferramentas que me permitem ultrapassar os momentos maus, de uma forma tranquila, sem impulsividade, sem me autodestruir. É um trabalho essencialmente meu, mas com muita ajuda do processo terapêutico pelo qual estou a passar.
Se antigamente, nos momentos maus, recorria ao jogo como forma de escape àquilo que estava a sentir, hoje não o faço e nesse aspeto, devo dizer, segui em frente sem nunca olhar para trás. Sinto-me orgulhoso pela decisão que tomei e pelo caminho que tenho feito. Não é um caminho fácil, longe disso. É um caminho que muitos tentam seguir e não conseguem, pelos mais variados motivos.
Eu, felizmente, tenho tido pessoas à minha volta que acreditam em mim e que me dão força para continuar.Têm sido tempos de mudanças. Umas maiores que outras. Algumas delas, podiam levar a que quebrasse. Felizmente não tem acontecido. Tenho a noção que hoje, consigo ser mais calmo e racional nas decisões que tomo, consigo ser mais ponderado e evitar ou limitar potenciais situações de conflito.
Em todo este processo, houve sempre uma pessoa que me acompanhou, desde o dia em que decidi mudar a minha vida. Uma pessoa que não tinha obrigação nenhuma de o fazer, mas que mesmo assim, decidiu estar presente. Nos momentos maus deu-me sempre clarividência para lidar com as situações, mesmo quando era ela que levava por tabela. Nos momentos bons, que foram muitos, foi tudo aquilo que precisava. A ti, agradecerei sempre por tudo aquilo que tens sido para mim.
Na última sessão de terapia, fomos lá atrás, perceber o que me fez começar a jogar. Chegamos a algumas conclusões que fazem muito sentido e que realmente podem ser fatores para que o começasse a fazer. Têm sido sessões muito produtivas para mim, porque me fazem refletir e porque me fazem cada vez mais ter a certeza que tomei a decisão certa.
Até hoje, tenho conseguido lidar com o problema do jogo de forma implacável, de tal forma que consigo estar a ouvir falarem sobre apostas e afins, sem que isso me traga desconforto ou sem que me faça sentir necessidade de jogar. Também sei que no que depender de mim, é um sítio ao qual nunca mais voltarei.
Digam não ao jogo. Digam sim a uma vida normal.
(Se algum de vocês está a passar por uma fase complicada relacionada com este tema e precisar desabafar, podem entrar em contato comigo. Ninguém está sozinho.).